Chefiar é fazer os outros fazerem, diz um dos preceitos organizacionais mais consagrados. Liderar, no entanto, vai além disso, porque, como diz outro preceito, é saber como motivar as pessoas a fazerem. Liderança, portanto tem duas faces: uma é saber motivar (a si mesmo e aos outros) e a outra é atingir resultados, dar o exemplo de conduta e saber conviver com os seus liderados. É o conceito do líder servidor.
Conheço muitos chefes (diretores, gerentes, supervisores) que possuem autoridade formal para mandar, mas não a capacidade de liderar. A autoridade é inerente à função de chefia, mas a liderança é inerente aos que tem competência interpessoal, e isso é mais do que muitos gestores sabem fazer. Perguntei certa vez a um gerente de indústria como andava seu relacionamento com os subordinados: - “Ah, muito bem”, respondeu ele. “ Eles não só me respeitam como também têm receio de mim,” concluiu. Que grande chefe, hein? Confundir liderança com autoritarismo.
O grande líder
O maior dos líderes é aquele que transforma pessoas comuns em vencedoras, utilizando técnicas de desenvolvimento de equipe, e dando apoio integral aos membros que a compõem.
Cristo foi o maior dos líderes. Reuniu 12 pessoas simples e despreparadas (os apóstolos), com pouco estudo e conhecimento, e os transformou em gigantes da palavra, da ousadia e da espiritualidade. É um caso único.
Diz um ditado que “Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos”. Aqui essa verdade é visível, porque Jesus olhou além das aparências. Ele enxergou nos discípulos seus espíritos e os viu vitoriosos e cheios de força. É assim mesmo que Cristo e Deus enxergam a todos: como vitoriosos e bem-sucedidos. É essa uma das boas novas que Jesus veio anunciar ao mundo. “Em todas essas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou (Jesus)”. Romanos 8.37
O marketing de Jesus
Marketing, numa visão ampla, é definido como a distribuição, venda e propaganda de bens e serviços. O consultor americano John Jantsch dá um conceito mais específico de marketing que eu achei muito interessante: “Marketing é levar as pessoas que têm uma necessidade ou problema específico a conhecerem, gostarem e confiarem em você.” Essa definição se aplica a Cristo. As parábolas que ele contava, as curas que realizava, os ensinamentos que transmitia evidenciavam seu interesse em chamar atenção das pessoas para a nova realidade que ele pregava: a proximidade do Reino dos Céus, e a de que cada pessoa, sem exceção, tem o Senhor habitando em seu íntimo, e Jesus é o guia que abre caminho até Ele.
Os milagres praticados por Cristo visavam exatamente isso, chamar atenção para mensagem que pregava. “Se não virdes sinais e milagres, não crereis.” João 4.48. Com essa atitude Jesus despertava a atenção sobre si e criava um vínculo de fé e confiança em relação à sua pessoa. Ele não encarava as curas, sinais e maravilhas como sendo seu principal objetivo. Tinham muito mais a intenção de fazer com que os receptadores dos milagres e as pessoas que os testemunhavam passassem a ter fé em Cristo e sua mensagem, e despertassem para a verdade.
Líderes mudam para crescer
Você faz coisas hoje que não tinha capacidade ou não sabia fazer antes. Você hoje sabe andar, mas quando bebê era incapaz de fazê-lo. O chão não mudou, porém você sim. Você hoje sabe ler, entretanto quando criança, não conseguia. A língua portuguesa não mudou, você sim. Quando adolescente Bill Gates não conhecia a linguagem do software, hoje ele o domina. O mundo não mudou, Bill Gates, sim. Jesus nos primeiros 30 anos de vida não fez milagres, depois dos 30, sim. Os milagres não mudaram, mas Cristo sim, quando passou a fazê-los. E ao mudar sua forma de agir, ele contribuiu decisivamente para a instituição de uma nova ética e de uma nova moral, alicerçada na espiritualidade. O verdadeiro líder muda e aprende as coisas necessárias para divulgar sua mensagem e protagonizar sua missão de vida. Esse princípio vale para todas as pessoas.
Há milhares de coisas que uma grande pessoa faz hoje e que não podia fazer anos atrás. Por que? Não foi o mundo que mudou. O que mudou foi a ideia que esta pessoa tinha de si mesma. As habilidades que você tem são uma forma de revelar as suas reais aptidões. Mas a sua real natureza é que você é um ser dotado de infinitas possibilidades. O problema não jaz no mundo. O problema é como você se reconhece nesse mundo. A forma como você se percebe e interpreta a si mesmo é um sistema de valores. Mude seu sistema de valores, e suas escolhas, através da procura e descoberta de novas verdades, e você mudara o seu mundo. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. João 8.32.
É isto que Jesus veio fazer aqui na terra: conscientizar-nos da nossa real identidade e dotar-nos de ferramentas mentais, psicológicas e espirituais para transformarmos nossa vida numa nova existência de paz, força e realização espiritual.
O cinema, a TV, a internet, os tablets e smartphones, dão às pessoas o que elas querem, mas Jesus dá às pessoas o que elas necessitam: renovação mental e espiritual. Mas quantos procuram por isso?
O líder empreendedor
O que caracteriza o empreendedor é a capacidade de agir, de fazer acontecer. Ele é impaciente por resultados. É lutador, monta empresas, faz delas um sucesso, porém nem sempre tem a capacidade de administrar o sucesso. É quando entram em cena os executivos, os administradores, gerentes e demais gestores, os quais sistematizam, coordenam e passam a organizar o empreendimento. Se não for assim, o sucesso do empreendedor poderá ser passageiro por falta de sustentação.
Empreendedores e administradores dependem uns dos outros para sobreviverem no mercado. Conheci vários casos como esses, na condição de consultor empresarial, onde prestei assessoria a algumas organizações que estavam naufragando porque os fundadores, que eram os empreendedores, não sabiam como administrar suas empresas, não obstante a enorme capacidade de realização que tinham.
Cristo foi o maior de todos os empreendedores. Lançou as bases da multinacional de salvação das almas e restituiu ao ser humano a dignidade perdida. Ele agiu rápido. Era um homem de ação, de resultados práticos. Fez acontecer tudo isso em três anos e meio, e depois partiu, pois sua missão fora cumprida. Ao partir deixou a missão de sedimentar o evangelho aos apóstolos e discípulos mais próximos. A eles coube – principalmente a Pedro e Paulo - a responsabilidade de divulgar a mensagem, formar o corpo da Igreja e administrá-la. Ao contrário, no entanto, dos empreendedores típicos, Jesus foi paciente com os erros dos discípulos (perdoou a Pedro três vezes por tê-lo negado diante de seus algozes), além de ensinar e divulgar a Palavra e mais ainda, delegou-nos o imenso poder contido em seu nome. Que outro líder tem a visão, capacidade e coragem de delegar tanto assim?