Você tem mais de 30 anos? Veste-se sempre informalmente, mesmo em reuniões “sérias”? Chega tarde ao trabalho, não tem hora para sair e acha isto divertido? Conhece mais gente só pelo endereço-ponto-com do que pessoalmente? Já namorou e até fez sexo pela Internet? Envolve-se em negócios onde o lucro é o que menos interessa?
Então, você é um “e - convertido”? Ou você acredita que toda esta nova onda de mudanças é passageira e vai passar logo, como as manias de kart, do boliche e dos hippies? Faz questão de manter “a cultura e tradições” da empresa? Curte saber que a Amazon.com está com dificuldades de caixa? E, a respeito deste e de outros casos, repete várias vezes por dia: eu não disse? Afinal, você é um “e-cético”?
Quando falamos da “nova cultura da Internet”, as primeiras diferenças superficiais e exóticas das quais nos lembramos são algumas destas ou suas semelhantes. Mas em essência, as organizações estão efetivamente mergulhadas em um novo turbilhão de transições comportamentais, que afetam de maneira drástica a maneira como as lideramos, desenvolvemos e tornamos lucrativas e, de assimilação muito mais complexa que as mudanças tecnológicas em si. Na arena das relações humanas estamos vivendo uma transformação inédita na forma como pessoas e empresas se relacionam.
A facilidade na troca de conhecimento on-line e “7/30/365”, de participação instantânea e a queda de muitas barreiras físicas e de distância que a Internet trouxe, ocasionam mudanças de toda ordem, que precisam ser compreendidas, interpretadas e transformadas em ações de liderança adequadas aos novos tempos. Recentes grupos de estudos na Harvard Business School e no Sloan School of Management, além de idéias lançadas pelo consultor norte-americano William Bridges, sintetizam algumas destas mudanças fundamentais no modelo de gestão e de liderança.
As novas artes marciais que os líderes precisam incorporar são o poder das redes de relacionamento - o poder individual e hierárquico cede lugar ao poder advindo da força dos relacionamentos, das parcerias de negócios e das alianças competitivas e estratégicas. Indivíduos e pequenas organizações, de atuação anteriormente local, ganham destaque e desenvoltura por terem-se interligado e fortalecido em grandes redes de relacionamento.
O preço a ser pago é que dependemos mais e mais dos relacionamentos externos, mas não podemos controlar seus comportamentos e cultura, nesta nova situação, os executivos precisam tornar-se embaixadores fora dos limites das organizações, e os empregados precisam reaprender a arte da negociação em toda a sorte e tipo de relacionamento.