Boa noite, seja bem vindo(a) Visitante | faça o seu Login ou Cadastre-se Grátis
O Portal Consultores é focado no apoio técnico e metodológico, treinamento, interatividade, informações, ferramentas e serviços para profissionais independentes, consultores, coaches e palestrantes, constituindo desde 1990, a maior comunidade mundial destes profissionais em países de idioma português, com 68.400 participantes neste momento.
Especialidade para pesquisa
no Portal
Faça parte da comunidade
Consultores
     
 
Artigo
 
37 não é febre
04/04/2005 - por Tom Coelho

"Nada mais comum do que julgar mal as coisas"
 (Cícero)

"Filha, leve um agasalho, pois vai esfriar". "Querido, lembre-se de seu guarda-chuva; parece que vai chover...". "Não vá tomar gelado!".

Quem de nós já ouviu uma destas frases dos pais?  E, aos que agora também são pais, quem não as pronunciou aos seus filhos?

Somos o legado social de uma cultura que venera a superproteção e tem aversão ao risco, por menor que ele seja, por mais saudável que ele possa vir a ser. A ordem é construir um muro ao redor de nosso mundo privado, encasular-se e defender as zonas de conforto arduamente conquistadas. Deste estado de coisas advém duas consequências imediatas.

A primeira delas é o estímulo à mediocridade. E, ao contrário do que o senso comum tem por hábito avaliar, ser medíocre não significa ser inferior, mas tão somente mediano. Representa ser modesto, inexpressivo, ordinário. Fazer apenas o mínimo necessário para seguir adiante. Assim são as pessoas medíocres: não se destacam e não chegam a fazer a menor diferença.

Temos o aluno medíocre, desinteressado em aprender, em conhecer, em saber. Limita-se a marcar presença nas aulas e a estudar nas vésperas das provas decorando fórmulas matemáticas ou definições de conceitos. Recebe nota cinco, numa escala de zero a dez, digna para fazê-lo passar de ano. Vai engordar a massa de operários na vida profissional, seja apertando parafusos ou preenchendo relatórios. E, assim, vai passar pela vida, sem deixar lembrança, legado ou marca.

Temos os cônjuges medíocres, inábeis para manter acesa a chama de um relacionamento e ainda mais incapaz para romper o que já acabou. Passam a vida achando que colocar alimento na mesa, fazer sexo de vez em quando e dizer protocolarmente "eu te amo", sem mirar os olhos, são atitudes suficientes. Alternam almoços insípidos aos domingos na casa dos sogros, trocam abraços sem calor nas noites de Natal, tudo para manter a estabilidade familiar.

Temos os profissionais medíocres, com inteligência bastante para ler as horas no relógio, batendo cartão ou assinando o ponto nos horários determinados. Respondem metodicamente seus e-mails, falam parcimoniosamente ao telefone, fazem exatamente aquilo que deles se espera. Nem mais, que possa gerar desconfiança em seus pares, nem menos, que possa comprometer sua sólida posição no organograma. É limitados como o cargo que exercem, como os executivos que o contrataram, como a empresa na qual trabalham. Limitados e sem futuro. Ou, se preferirem, com o futuro limitado ao horizonte de um palmo.

Nesta toada, há mediocridade por todos os lados. Nos pais que não desviam o olhar da telenovela ou do jornal quando têm a atenção solicitada pelos filhos pequenos, nos amigos que nos procuram apenas quando necessitam de algum favor, nos padres que recomendam um punhado de orações para salvar a alma dos fiéis quando deveriam ouvir-lhes o coração e lhes abrandarem as angústias.

A segunda consequência é a presunção da verdade, uma autêntica mania de extrair conclusões,Às vezes obtusas, a partir de informações parciais ou carentes de fidedignidade, criando o que Richard Carlson chamou de "bola-de-neve mental".

Às vezes você está preso num engarrafamento, atrasado para um encontro, e uma sensação terrível começa a tomar conta de seu pensamento. Você imagina que seu compromisso fracassará em razão de seu atraso. Conclui que será julgado indolente e irresponsável. A impaciência domina seus sentidos. Seus batimentos aceleram, as pupilas dilatam, a música no rádio torna-se barulho, você tem vontade de avançar com seu carro sobre os que estão à sua frente. Finalmente, após todo o stress a que se submeteu, você chega ao destino e descobre que ainda há pessoas igualmente atrasadas.

O hábito de cultivar as bolas-de-neve mentais é fonte não apenas de stress, mas também de insegurança, conflito e desamor.

Nem tudo é como aparenta ser. Um termômetro que marca 37 graus não necessariamente indica ocorrência de febre. Da mesma forma que um erro corporativo pode não ser motivo para uma demissão, um telefonema suspeito pode não ser suficiente para perpetrar uma separação, um ponto de vista discordante não deve macular uma amizade.

Somos essencialmente passionais, mesmo aqueles que se dizem movidos pela razão. Por isso, deve-se evitar reagir a determinados eventos antes de 24 horas. É claro que há momentos em que a temperatura sobe. Afinal, as razões do coração turvam-nos a mente e levam-nos a decisões das quais podemos nos arrepender na manhã seguinte. Porém, entre um dia e outro, com uma noite de descanso no meio, o que se mostrou um problema irresoluto surgirá não menor, mas com dimensões reduzidas à sua realidade.

 
Para acessar o CV do autor, clicar em seu nome no início deste artigo.
Para contatá-lo, clique aqui.
 
Artigos publicados deste autor(a)
 
Ensaio sobre a amizade
 
Aplicando 5S na vida pessoal
 
Voo 3840
 
Marketing pessoal - construindo a sua marca
 
Gênese da corrupção
 
Aplicando 5S nos escritórios de advocacia
 
Síndrome de Deus
 
O país da corrupção
 
Sete vidas - a arte de conciliar vida pessoal e profissional
 
Gestão com empatia
 
Excelência no atendimento
 
A arte de empreender
 
Stop and go
 
Sobre heróis e mitos
 
Quinze anos
 
Paternalismo Corporativo
 
Passos de Bebê
 
Regras de ouro para administrar o tempo e viver melhor
 
Tempo de escolher
 
A força da vocação
 
Para ler após o Reveillon... Aplicando 5S na Vida Pessoal
 
Resiliência
 
O Poder da Exaltação
 
O peso do QI na recolocação profissional
 
O que os compradores querem
 
O Pior dos Pecados
 
Na Arena
 
O Coração da Empresa
 
Na ponta dos dedos
 
O mundo dos contratos
 
O clichê, o básico e o simples
 
Miopia e astigmatismo corporativos
 
O mal da mediocridade
 
O Engraxate
 
O Desejado Pergaminho
 
O Brasil público que dá certo
 
Recordar é viver
 
Conheça sua base motivacional
 
Empreender é preciso
 
Liderança e Poder
 
Metamorfose Ambulante
 
Maratona da Vida
 
Fisiologia do Medo
 
Intraempreendedorismo: Desenvolvendo a cultura de dono
 
Facespam, chatwitter e a relevência na internet
 
Estabilidade ou Promiscuidade na Carreira?
 
Gente do Bem
 
Ensinando a Ousar
 
Ingredientes para o Sucesso
 
Especial é seu Bolso, não o Cheque!
 
Jogando Xadrez
 
Exemplos e Opiniões
 
Ensaio sobre a Lágrima
 
Educação Sem Futuro
 
Crise de Identidade
 
Como se fosse a primeira vez
 
Cultura do Curto Prazo
 
Compradores Seriais
 
Da Garagem ao Sucesso
 
Diários de Guerra
 
Compre Soluções e não Problemas
 
Diferenciação
 
Desemprego Zero
 
Diálogos Externos e Internos
 
Bandeiras da Intolerância
 
Além dos Números
 
Analfabetismo Funcional
 
A Praga dos Juros
 
Apesar de Vocês
 
Iniciativa, hesitação e acabativa
 
Atitude
 
Metas, Realizações e Resultados
 
Guerras e Guerras
 
Ponto de vista
 
Mudança e tolerância
 
Faltam heróis
 
Cuide de sua vida
 
Coragem para mudar
 
Ser e Estar
 
Celebre sua Vida
 
Tempo Perdido
 
Anatomia do Amor
 
O Caminho do Meio
 
Fracasso e Sucesso
 
Sonhos e Metas
 
A Visão do Futuro
 
Crise de Liderança
 
Brasil Doente
 
Finanças Pessoais em Equilíbrio
 
Uma nova vida em dois anos
 
Um sentido para a vida
 
Você não é pago para isso!
 
Cinco passos para uma meta
 
O Sabor do Saber
 
Geração sem-sem
 
O filho e o pai
 
A Volta da Inflação
 
Faltam liderança e pauta aos manifestantes
 
Cliente, este intruso
 
A chave da boa educação
 
A era da integração
 
Au revoir Carnaval!
 
A vida sem celular
 
A hora do sprint
 
Serviço civil obrigatório
 
O fim do pão e circo
 
As três faces do respeito em vendas
 
Agenda de 10 Segundos
 
Lei muda
 
Copa e Olimpíada - Lições de planejamento e Ética
 
A Hora de Parar
 
Latitudes do Silêncio
 
Dilemas Eleitorais
 
Efeito Placebo
 
A face oculta dos planos de saúde
 
A dor da despedida
 
Basta de Informação!
 
Poeira no vento
 
República Parlamentarista do Brasil
 
O sexto homem
 
Liderança Questionada
 
A arte da chutometria
 
Água na Cabeça
 
Marketing de Percepção
 
Leite e Pinga
 
A ética do resultado
 
Começando pelo quintal
 
Chega de angústia
 
A Ética e a compra de seguidores nas redes sociais
 
   
     
  Busca por especialidade  
 
 
     
 
       
  Busca por autor  
 
Para listar todos os autores, clique em "buscar" sem preencher nada.
 
   
       
 
 
Dúvidas
Caso tenha alguma dúvida ou gostaria de obter maiores informações, basta utilizar um dos canais disponíveis abaixo:

 
 
 
 
     
 
 
 
     
       
 
Tatiana Mocsanyi Kassardjian
Turismo e Hotelaria
 
Laila Vanetti
Comportamento
 
Ernesto Haberkorn
Desenvolvimento de Negócios
 
Reinaldo Domingos
Finanças
 
Marcos Wunderlich
Coaching / Mentoring
 
Marcelo Miyashita
Marketing / Publicidade
 
Almir Rizzatto
Jornalismo / Comunicação
 
André Luiz de Freitas
Gestão de Pessoas - RH
Especialistas do Portal

O conteúdo e retaguarda técnica
são validados pelo melhores
especialistas do mercado
em cada área.
     
Entre em contato conosco:
developed by MDF Tecnologia
 
  ©1996/2024 - Mocsányi Assessoria Ltda. | Todos os direitos reservados.

Endereço

Calçada das Anêmonas, 176 - Centro Comercial
Alphaville - Barueri / São Paulo
06453-005
Tel.: atendimento@consulto / 11 94715 7546

Horario de Atendimento
Segunda a Sexta das 08 às 18hs