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Jornada do Herói: o que é e como utilizar modelo consagrado de Storytelling que gera conexão e resul
11/06/2022 - por Laila Vanetti

Aprenda o que é e como utilizar essa técnica, poderosa para se conectar com as pessoas, e responsável por sucessos como Star Wars, Matrix e clássicos da Disney.

 

Na semana passada falamos de Storytelling, a técnica de usar narrativas para impactar, comunicar conteúdos e mensagens importantes, além de gerar engajamento com o público e divulgar serviços de consultoria de forma humanizada. 

Afinal, uma história bem contada desperta nosso interesse e conecta pessoas. Na vida, seja para aproveitar oportunidades ou fechar negócios, saber se conectar com o outro é indispensável. E para isso, o Storytelling é uma ferramenta de comunicação poderosa.

Existem inúmeros modelos para estruturar o Storytelling de forma interessante. Para ajudar você a despertar esse superpoder em tempos de crise, vamos nos aprofundar na famosa Jornada do Herói, conceito criado pelo intelectual Joseph Campbell.

 

 

O MONOMITO OU JORNADA DO HERÓI

O "nome acadêmico" da Jornada do Herói é Monomito, proposto por Joseph Campbell originalmente em seu livro O Herói de Mil Faces, e que ficou famoso com o fenômeno de Star Wars

Monomito/Jornada do Herói seria a jornada cíclica padrão presente em mitos e fábulas de todos os tempos, segundo a qual uma pessoa passa por desafios e provas para se tornar um Herói. 

Para chegar a essa teoria, Campbell analisou histórias de várias épocas da humanidade, como as narrativas sobre Osíris, Buda, Jesus Cristo e Moisés.

Assim, encontrou semelhanças que explicariam a popularidade dessas narrativas ao longo do tempo - e formariam a estrutura do Monomito:

“Um herói vindo do mundo cotidiano se aventura numa região de prodígios sobrenaturais; ali encontra fabulosas forças e obtém uma vitória decisiva; o herói retorna de sua misteriosa aventura com o poder de trazer benefícios aos seus semelhantes.”

Esse é o resumo do Monomito feito por Campbell em O Herói de Mil Faces, e que se repetiria (nas devidas proporções) em histórias, mitos e contos de fadas.

Ou seja, podemos utilizar essa estrutura para contar nossas histórias de forma memorável para as pessoas, que sentem-se atraídas quase de forma inconsciente - devemos lembrar que a teoria do Monomito bebe também em conceitos da psicologia de Jung e Freud, mas não vamos nos aprofundar muito nisso. 

Como disse no primeiro artigo sobre Storytelling, os roteiristas de Hollywood contam histórias com o modelo de Jornada do Herói, as quais fazem enorme sucesso e comprovam a influência de Campbell nos dias de hoje. 

Posteriormente, o roteirista Christian Vogler adaptou a ideia do Monomito e criou seu próprio modelo de Jornada do Herói na obra Jornada do Escritor, que influenciou Star Wars, Matrix e até filmes da Disney a partir de Pequena Sereia (1989). 

Vale lembrar que a Jornada do Herói não é a mesma coisa que Storytelling, sendo uma das formas de executar a estratégia de Storytelling.

Nesse artigo veremos os dois tipos de Jornadas, de Campbell e Vogler. 

 

OS 18 PASSOS DE JOSEPH CAMPBELL  

A Jornada de Herói original de Campbell (Monomito) consiste no total de 18 passos divididos em 3 partes: Partida, Iniciação e Retorno. Veja abaixo: 

1. Partida

  1. Mundo cotidiano: o Herói é apresentado na rotina de seu mundo cotidiano. Chamado à aventura: um evento chama o Herói viver uma aventura em um mundo desconhecido. 
  2. Recusa do Chamado: inicialmente, o Herói recusa o chamado devido à inseguranças, medo ou obrigações que o prendem. 
  3. Ajuda Sobrenatural: quando se compromete com a aventura, o Herói encontra um mentor/mestre ou recebe ajuda sobrenatural.
  4. Travessia do Primeiro Limiar: nesse momento o Herói de fato abandona o mundo cotidiano e comum para se arriscar no desconhecido. 
  5. Barriga da baleia: a última parte da primeira parte, em que o Herói se vê completamente separado de seu mundo cotidiano.

 

2. Iniciação

  1. Estrada de Provas: o Herói enfrenta provas e desafios para se transformar.
  2. Encontro com a Deusa: o Herói ganha itens que vão ajudá-lo mais tarde em sua aventura, geralmente de uma criatura mítica (representada aqui pela figura da Deusa).
  3. A Mulher como Tentação: o momento em que o Herói quase cai em tentação, seduzido por algo prazeroso que o desvia da missão.
  4. Sintonia com o Pai: o Herói enfrenta o elemento que mais influencia sua vida, e geralmente trata-se da figura paterna. 
  5. Apoteose: ponto em que o Herói adquire uma compreensão nova e mais ampla sobre si mesmo e o mundo. 
  6. A Grande Conquista: o Herói resolve o conflito final e completa a missão da aventura.

 

3. Retorno

  1. Recusa do Retorno: depois de vivenciar a aventura, o herói resiste à ideia de voltar ao mundo cotidiano e comum.
  2. Voo Mágico: representa o retorno ao mundo normal.
  3. Resgate Interior: o herói recebe ajuda e suporte para retomar a vida comum.
  4. Travessia do Limiar: representa a capacidade de reter e utilizar a sabedoria adquirida durante a jornada, e também de passá-la adiante.
  5. Senhor de Dois Mundos: o Herói encontra equilíbrio entre os dois mundos (cotidiano e desconhecido), também representado geralmente pelo mundo material e espiritual.
  6. Liberdade para Viver: o aprendizado da jornada permite ao herói perder o medo da morte e viver uma vida plena de liberdade, mais concentrado no momento presente. 

O que achou? Os 18 passos/etapas de Campbell podem ajudar você a construir sua própria Jornada do Herói?

Pense: nós não vivenciamos essa Jornada em nossa vida?

Ou seja, às vezes precisamos sair de nossa zona de conforto para resolver um problema, enfrentamos dificuldades, descobrimos insights e novas formas de ver o mundo, e saímos da situação mais fortalecidos e sábios.

Essa identificação inconsciente é um dos motivos pelos quais a Jornada do Herói um modelo tão consagrado de Storytelling.

Também, é possível optar pelo modelo de 12 passos de Christian Vogler, mais simples e resumido. 

 

OS 12 PASSOS DA JORNADA DO HERÓI POR CHRISTIAN VOGLER

 

A partir do estudo de Joseph Campbell, o roteirista Christian Vogler definiu os 12 passos da Jornada do Heróis:

  1. Mundo Comum: o herói é apresentado em seu mundo comum, semelhante ao modelo de Campbell. Conhecemos suas qualidades e defeitos, e começamos a nos identificar com ele. 
  2. O Chamado da Aventura: um problema difícil se apresenta ao herói: um desafio ou a aventura. Geralmente, é um chamado irresistível e pode ter várias motivações: defender seus familiares ou terra, conquistar um sonho etc. 
  3. Reticência do Herói ou Recusa do Chamado: inicialmente, o herói recusa ou demora a aceitar a aventura, geralmente por medo e insegurança diante da tarefa difícil que deverá cumprir.
  4. Encontro com o Mentor ou Ajuda Sobrenatural: O herói encontra um Mentor/Mestre (uma figura de autoridade) que “dá o empurrãozinho” que faltava para aceitar o chamado. Nessa etapa, o herói recebe ensinamentos, treinamentos e conhecimento do Mentor.  
  5. Cruzamento do Primeiro Portal: o herói abandona o mundo comum para entrar no mundo desconhecido ou mágico (não precisa ser literal).
  6. Provações, aliados e inimigos ou A Barriga da Baleia: o herói enfrenta testes, encontra aliados e enfrenta inimigos, acidentes e armadilhas, de forma que aprende as regras do mundo desconhecido e se prepara para o desafio maior que virá depois.
  7. Aproximação da caverna secreta: o herói conquista êxitos durante as provações, mas precisa de uma pausa para refletir sobre o início da aventura e tudo que levou até ali. É o momento de preparação interna para o grande desafio.
  8. Provação difícil ou traumática: a grande crise da Jornada, um problema de vida ou morte, por exemplo, a batalha contra um vilão. É o momento de morte e ressurreição (nem sempre literal, também pode ser em sentido psicológico, interior) em que o herói definitivamente se transforma em uma nova pessoa e obtém êxito devido à preparação e treinamento anteriores.
  9. Recompensa: o herói enfrentou a morte, se sobrepõe ao seu medo e agora ganha uma recompensa (o elixir), que pode ser um título, um objeto mágico, uma reconciliação com um inimigo etc.
  10. O Caminho de Volta: o herói deve voltar para o mundo comum.
  11. Ressurreição do Herói: outro teste no qual o herói enfrenta a morte, e deve usar tudo que foi aprendido ao longo da Jornada. É aquele momento do filme em que o vilão retorna, e o Herói utiliza tudo o que aprendeu para derrotá-lo de vez, já que sua derrota fará as demais pessoas sofrerem.
  12. Regresso com o Elixir: herói volta para casa com o "elixir (recompensa/sabedoria de vida adquirida), e o usa para ajudar todos no mundo comum.

 

ADAPTE A JORNADA DO HERÓI

Se você usar a Jornada do Herói em sua comunicação, não é preciso seguir todas as 18 ou 12 etapas de Campbell ou Vogler à risca. 

Vale mais selecionar quais são eficientes para contar sua história.

Você pode usar os 12 passos apenas como uma inspiração e um ponto de partida em vez de segui-los fielmente. 

Tudo vai depender da sua história e como você quer expressar o seu “Herói” interior!

Pense: quais foram as grandes batalhas de sua vida que poderiam ser o desafio superado na história?

Você recebeu ajuda de um especialista ou expert em um assunto? Esse pode ser o mentor da sua Jornada.

Pense qual caminho e escolhas você adotou para resolver as grandes crises da sua vida. Demonstre vulnerabilidade: isso gera identificação das pessoas. Pessoas perfeitas demais nos enfastiam rapidamente, pois são uma idealização que não existe no mundo real.

Mostrar-se um ser humano passível de erros, mas disposto a aprender com eles, é incrivelmente inspirador. Esse é o perfil do Herói.

Ou seja, o Herói é uma pessoa (mais ou menos) disciplinada, autônoma e corajosa frente aos obstáculos da vida, que pensa por si própria, passa por situações difíceis e “perrengues”, mas supera as adversidades.

 

Todos nós possuímos a capacidade de sermos Heróis, mas nem sempre percebemos esse potencial. 

No fim das contas, arriscaria dizer que a Jornada do Herói é uma grande celebração da nossa capacidade de resiliência e também prova de que a superação de desafios e circunstâncias desfavoráveis é possível. 

 

No período de crise atual em muitos sentidos, essa mensagem de esperança nos incentiva a continuar firmes e sem nos balançar demais pelos eventos atuais no mundo. 

Tenho certeza de que você pode usar a Jornada do Herói (ou qualquer outro modelo de Storytelling) a seu favor para se conectar com clientes e prospects, assim como grandes empresas já entenderam. 

Lembre-se: quem vende produtos e serviços oferece uma solução para o problema do cliente.

Dessa forma, sua Jornada pode ser também a história do seu cliente que é transformado pela solução e consegue resolver um problema - a Jornada do Herói, se você pensar bem, trata de um Herói que encontra soluções para diversos problemas e conflitos.

Você, enquanto Consultor, pode ser o Mentor que oferece um aprendizado, um conhecimento - uma solução - para o seu cliente. Percebe como você pode construir uma Jornada de várias maneiras?

Obviamente, é mais fácil construir essa Jornada por meio da escrita, o que economiza em recursos audiovisuais, nem sempre disponíveis.

O importante é que essa Jornada seja bem escrita. No início você poderá encontrar dificuldade, mas persista!

O caminho da excelência passa por testes, erros e superação.

 

RECOMENDAÇÃO FINAL

Gostou de conhecer um pouco mais sobre esse modelo incrível de Storytelling que é a Jornada do Herói? 

Então tenho uma recomendação para você: o documentário O Poder do Mito, uma entrevista riquíssima de sabedoria com Joseph Campbell.

Se possível, salve o vídeo para ver depois. Vale muito a pena!

CONCLUINDO

Neste artigo vimos qual a diferença entre a Jornada do Herói ou Monomito e Storytelling, e nos aprofundamos em dois modelos possíveis:

  • 18 passos de Joseph Campbell;
  • 12 passos de Christian Vogler.

Também vimos algumas dicas sobre como usar esses modelos. Na semana que vem volto para conversar mais sobre como usar e construir uma Jornada do Herói e fazer um excelente Storytelling.

E, também, você pode aprender mais no meu curso Conexão: Você Herói, pois se trata de um assunto bastante complexo e que não caberia em um único artigo.

 

 
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