Boa noite, seja bem vindo(a) Visitante | faça o seu Login ou Cadastre-se Grátis
O Portal Consultores é focado no apoio técnico e metodológico, treinamento, interatividade, informações, ferramentas e serviços para profissionais independentes, consultores, coaches e palestrantes, constituindo desde 1990, a maior comunidade mundial destes profissionais em países de idioma português, com 68.400 participantes neste momento.
Especialidade para pesquisa
no Portal
Faça parte da comunidade
Consultores
     
 
Artigo
 
Especial é seu Bolso, não o Cheque!
24/11/2016 - por Tom Coelho

"Você não fica rico com o que ganha; fica rico com o que poupa."

(Yoshio Teresawa)

Crédito de cheque especial lembra muito visita de parentes distantes. Eles chegam quase sem avisar para um único final de semana. Como bom anfitrião, você os recebe e os acolhe. Eles, então, vão ficando, testando sua hospitalidade, invadindo sua privacidade e desafiando sua paciência.

Quando abrimos conta corrente em um banco, somos impingidos a acatar a contratação do "produto cheque especial". De fato, esta é apenas uma das metas impostas pela área comercial dos bancos ao gerente que o atende. Solícito, você assina o contrato - em branco, como todos os documentos que assinamos junto às instituições financeiras -, permitindo a implantação de um limite de crédito. Sem perceber, você acaba de autorizar a instituição a lhe cobrar tarifas periódicas para manutenção deste cheque especial.

Mas o problema surge quando você começa a utilizar, por necessidade ou impulso, o crédito que lhe foi concedido. E, quando se dá por conta, está tomando o limite integralmente, como se fosse parte de seu patrimônio, de sua renda. A partir deste momento você incorpora à sua planilha de gastos mensais uma despesa com os juros do referido crédito.

As taxas de juros no cheque especial giram atualmente em torno de 7,68% ao mês, segundo informações disponíveis no site do Banco Central do Brasil (www.bcb.gov.br). Mas, na verdade, chega a atingir o despropósito de 15% ao mês, o equivalente a 435% ao ano. Um garrote financeiro quando comparado às taxas igualmente anualizadas de expectativa de inflação (8%), meta Selic (16,25%) e ao rendimento da caderneta de poupança (6,17%).

Se você é correntista de algum banco, certamente tem o cheque especial como convidado de suas finanças pessoais. Assim sendo, possivelmente está enquadrado em uma das situações ilustradas a seguir.

1. Você não utiliza o cheque especial

Neste caso, sua única providência deve ser negociar com o gerente o estorno das tarifas de manutenção do cheque especial cobradas periodicamente ou já embutidas naquele "pacote de tarifas" que é levado a débito em sua conta mensalmente. Aproveite-se de seu poder de barganha para obter até mesmo a isenção da cobrança deste pacote de tarifas sob pena de solicitar o cancelamento do cheque especial.

2. Você utiliza o cheque especial e está com ele sob controle

Nesta situação, o produto tem utilidade para você. Seu objetivo deve ser reduzir a taxa de juros cobrada. A regra de ouro consiste em negociar uma redução significativa da taxa em troca da compra de outros produtos RESGATÁVEIS do banco, tais como títulos de capitalização e previdência privada. Fazendo isso, você estará convertendo um débito em investimento. Acompanhe o exemplo real abaixo.

Um cliente apresentava, em determinado banco, limite de R$ 5.000,00 à taxa de 8,90% ao mês. Ou seja, o desembolso mensal com juros, sem CPMF, supondo utilização integral do limite, era da ordem de R$ 445,00.

Fizemos uma proposta ao banco: adquirir todo mês R$ 150,00 em títulos de capitalização mediante redução da taxa de juros para 3%. Os argumentos apresentados foram:

a) Acionar judicialmente o banco, questionando a legalidade dos juros cobrados, invocando a prática de anatocismo (capitalização de juros sobre juros) pelo banco. É um processo que pode levar anos para ser julgado. Se o valor de seu débito for inferior a R$ 5.000,00 você poderá recorrer a um juizado de pequenas causas. Acima deste valor, terá que indicar um advogado para representá-lo. O risco ao longo deste processo é ter seu nome incluído nos órgãos de proteção ao crédito (SCPC, Serasa) o que pode ser evitado mediante obtenção de uma liminar;

b) O banco passa a ter outro produto, "título de capitalização", vendido mensalmente, num sistema pré-programado;

c) A compra do título de capitalização é uma garantia para o próprio banco pois, supondo um resgate após 24 meses, já haverá R$ 3.600,00 brutos entesourados, ou seja, 72% do risco do cheque especial.

Os argumentos acima foram suficientes para obter a redução desejada. O correntista, por sua vez, auferiu um ganho extraordinário. Considerando-se que o valor investido em capitalização será resgatado em apenas 80%, a economia obtida segue o raciocínio abaixo:

Juros sobre limite de R$ 5.000,00 a 3% a.m. 150,00

Reserva matemática de 20%, não resgatável, sobre a capitalização de R$ 150,00 30,00

Custo total mensal 180,00

Em outras palavras, o dispêndio mensal caiu de R$ 445,00 para R$ 180,00, isto é, 60% de redução!

3. Você utiliza o cheque especial e já perdeu o controle sobre ele

Esta é uma das situações mais recorrentes e que mais afetam psicologicamente os profissionais. Como se não bastasse a elevada taxa de juros, o correntista está sempre com seu saldo devedor acima do limite de crédito aprovado. Além de correr o risco de ter cheques devolvidos, paga tarifa adicional por exceder a este limite.

Se você está nesta condição, restam-lhe apenas dois caminhos:

a) Cancelar o cheque especial, parcelando o saldo devedor. Possivelmente você fará a contratação de um empréstimo pessoal (o CDC, ou Crédito Direito ao Consumidor, é uma das modalidades possíveis). Como você está frágil dentro desta negociação, terá que lutar muito para conseguir uma taxa razoável, na casa dos 3% mensais. Sobre a operação de crédito incidirá, ainda, IOC (Imposto sobre Operações de Crédito), elevando ainda mais o custo efetivo. Mas é um expediente mais adequado do que continuar na ciranda dos juros.

b) Acionar judicialmente o banco, questionando a legalidade dos juros cobrados, invocando a prática de anatocismo (capitalização de juros sobre juros) pelo banco. É um processo que pode levar anos para ser julgado. Se o valor de seu débito for inferior a R$ 5.000,00 você poderá recorrer a um juizado de pequenas causas. Acima deste valor, terá que indicar um advogado para representá-lo. O risco ao longo deste processo é ter seu nome incluído nos órgãos de proteção ao crédito (SCPC, Serasa) o que pode ser evitado mediante obtenção de uma liminar.

Assim como aquele parente distante do início do texto, seja severo com o fantasma do cheque especial. Pois especial deve ser você.

 
Para acessar o CV do autor, clicar em seu nome no início deste artigo.
Para contatá-lo, clique aqui.
 
Artigos publicados deste autor(a)
 
Ensaio sobre a amizade
 
Aplicando 5S na vida pessoal
 
Voo 3840
 
Marketing pessoal - construindo a sua marca
 
Gênese da corrupção
 
Aplicando 5S nos escritórios de advocacia
 
Síndrome de Deus
 
O país da corrupção
 
Sete vidas - a arte de conciliar vida pessoal e profissional
 
Gestão com empatia
 
Excelência no atendimento
 
A arte de empreender
 
Stop and go
 
Sobre heróis e mitos
 
Quinze anos
 
Paternalismo Corporativo
 
Passos de Bebê
 
Regras de ouro para administrar o tempo e viver melhor
 
Tempo de escolher
 
A força da vocação
 
Para ler após o Reveillon... Aplicando 5S na Vida Pessoal
 
Resiliência
 
O Poder da Exaltação
 
O peso do QI na recolocação profissional
 
O que os compradores querem
 
O Pior dos Pecados
 
Na Arena
 
O Coração da Empresa
 
Na ponta dos dedos
 
O mundo dos contratos
 
O clichê, o básico e o simples
 
Miopia e astigmatismo corporativos
 
O mal da mediocridade
 
O Engraxate
 
O Desejado Pergaminho
 
O Brasil público que dá certo
 
Recordar é viver
 
Conheça sua base motivacional
 
Empreender é preciso
 
Liderança e Poder
 
Metamorfose Ambulante
 
Maratona da Vida
 
Fisiologia do Medo
 
Intraempreendedorismo: Desenvolvendo a cultura de dono
 
Facespam, chatwitter e a relevência na internet
 
Estabilidade ou Promiscuidade na Carreira?
 
Gente do Bem
 
Ensinando a Ousar
 
Ingredientes para o Sucesso
 
Jogando Xadrez
 
Exemplos e Opiniões
 
Ensaio sobre a Lágrima
 
Educação Sem Futuro
 
Crise de Identidade
 
Da Garagem ao Sucesso
 
Compradores Seriais
 
Como se fosse a primeira vez
 
Diários de Guerra
 
Diálogos Externos e Internos
 
Desemprego Zero
 
Diferenciação
 
Cultura do Curto Prazo
 
Compre Soluções e não Problemas
 
Apesar de Vocês
 
A Praga dos Juros
 
Analfabetismo Funcional
 
Além dos Números
 
Bandeiras da Intolerância
 
Iniciativa, hesitação e acabativa
 
Atitude
 
Metas, Realizações e Resultados
 
Guerras e Guerras
 
Ponto de vista
 
Mudança e tolerância
 
Faltam heróis
 
Cuide de sua vida
 
Coragem para mudar
 
Ser e Estar
 
Celebre sua Vida
 
Tempo Perdido
 
Anatomia do Amor
 
O Caminho do Meio
 
Fracasso e Sucesso
 
Sonhos e Metas
 
A Visão do Futuro
 
Crise de Liderança
 
Brasil Doente
 
Finanças Pessoais em Equilíbrio
 
Um sentido para a vida
 
Você não é pago para isso!
 
Uma nova vida em dois anos
 
Cinco passos para uma meta
 
O Sabor do Saber
 
Geração sem-sem
 
O filho e o pai
 
A Volta da Inflação
 
Faltam liderança e pauta aos manifestantes
 
Cliente, este intruso
 
A chave da boa educação
 
A era da integração
 
Au revoir Carnaval!
 
A vida sem celular
 
A hora do sprint
 
Serviço civil obrigatório
 
O fim do pão e circo
 
As três faces do respeito em vendas
 
Agenda de 10 Segundos
 
Lei muda
 
Copa e Olimpíada - Lições de planejamento e Ética
 
A Hora de Parar
 
Latitudes do Silêncio
 
Efeito Placebo
 
Dilemas Eleitorais
 
A face oculta dos planos de saúde
 
A dor da despedida
 
Basta de Informação!
 
República Parlamentarista do Brasil
 
Poeira no vento
 
O sexto homem
 
Liderança Questionada
 
A arte da chutometria
 
Água na Cabeça
 
Marketing de Percepção
 
37 não é febre
 
Leite e Pinga
 
A ética do resultado
 
Começando pelo quintal
 
Chega de angústia
 
A Ética e a compra de seguidores nas redes sociais
 
   
     
  Busca por especialidade  
 
 
     
 
       
  Busca por autor  
 
Para listar todos os autores, clique em "buscar" sem preencher nada.
 
   
       
 
 
Dúvidas
Caso tenha alguma dúvida ou gostaria de obter maiores informações, basta utilizar um dos canais disponíveis abaixo:

 
 
 
 
     
 
 
 
     
       
 
André Luiz de Freitas
Gestão de Pessoas - RH
 
Marcos Wunderlich
Coaching / Mentoring
 
Laila Vanetti
Comportamento
 
Reinaldo Domingos
Finanças
 
Almir Rizzatto
Jornalismo / Comunicação
 
Tatiana Mocsanyi Kassardjian
Turismo e Hotelaria
 
Marcelo Miyashita
Marketing / Publicidade
 
Ernesto Haberkorn
Desenvolvimento de Negócios
Especialistas do Portal

O conteúdo e retaguarda técnica
são validados pelo melhores
especialistas do mercado
em cada área.
     
Entre em contato conosco:
developed by MDF Tecnologia
 
  ©1996/2024 - Mocsányi Assessoria Ltda. | Todos os direitos reservados.

Endereço

Calçada das Anêmonas, 176 - Centro Comercial
Alphaville - Barueri / São Paulo
06453-005
Tel.: atendimento@consulto / 11 94715 7546

Horario de Atendimento
Segunda a Sexta das 08 às 18hs