A falta de hábito de poupar é uma situação bastante real para os brasileiros principalmente pela falta da educação financeira.
Para se ter ideia, um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, mostra que apenas 21% dos brasileiros adultos informaram economizar. Para complicar ainda mais a situação, apenas 10% dos brasileiros declararam ter guardado suas economias em bancos e se pensarmos em poupança de longo prazo, observamos que a grande maioria não tem o costume de pensar em guardar dinheiro para prazos maior do que cinco anos, para projetos mais distantes, como a aposentadoria sustentável, uma faculdade para o filho ou mesmo uma pós-graduação no exterior.
Assim ele vive uma realidade na qual prevalece o imediatismo e a falta de planejamento para consumo, sendo desde criança ensinado a gastar e a desenvolver hábitos consumistas. As pessoas simplesmente não querem gastar tempo para administrar o dinheiro. Não fazem pesquisas de preço e tampouco buscam equilibrar os gastos com as despesas. Elas têm uma visão paternalista: parecem achar que o governo deve prover tudo ou que alguém vai resolver os problemas delas.
Só resolvem organizar as finanças na velhice quando é tarde demais e as dificuldades financeiras começam a aparecer. Com isso, antes de pensar em outros tipos de investimento é necessário ter uma previdência privada.
Assim, é hora de reverter a situação e iniciar agora o planejamento para daqui mais de dez anos, garantindo a sustentabilidade futura. O primeiro passo é definir os objetivos; com isso em mente, antes de pensar em qualquer aplicação, é preciso poupar dinheiro, para isso recomendo que se pegue o dinheiro que se recebe e retire o valor a ser definido para poupar e, só a partir disso, se estabeleça o real padrão de vida.
Antes de poupar, também é fundamental que se estabeleça o seu perfil como investidor, sendo necessária uma autoanálise. Divido os perfis em conservador (pessoa que não gosta de correr risco) moderado (que corre riscos em apenas uma pequena parte do investimento) e arrojado (que prefere correr riscos maiores, mas também ter a possibilidade de mais retornos na aplicação).
Para quem está começando e vai aplicar suas economias por um período maior, recomendo cautela, pesquisando no mercado financeiro e buscando algumas orientações de especialistas. Eu, de antemão, aconselho diversificar investimentos e não concentrar todo o seu dinheiro em uma única instituição.
Feita a escolha, periodicamente, deve realizar uma análise comparativa dos ganhos obtidos e das rentabilidades entre as instituições, envolvendo também as demais do mercado. Analise periodicamente as rentabilidades e taxas de seus investimentos.
Mas, para quem quer investir a um período maior de tempo, uma aplicação fundamental é a previdência privada. Além da taxa de administração e de carregamento, é necessário saber se será utilizada para a redução na base de cálculo do imposto de renda pessoa física. Caso seja, a melhor opção é o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL). Porém, se não for utilizado, o melhor é o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL).
Enfim, o investimento em longo prazo depende mais do que todos de uma mudança cultural e de planejamento, possibilitando uma garantia de aposentadoria sem depender do governo, tendo em conjunto uma previdência privada que garanta que se aproveite o máximo possível, quando se deixar de trabalhar.