A escola, enquanto instituição social, não é um espaço neutro aos conflitos e disputas presentes na sociedade. A forma que ela assume em cada momento é sempre o resultado precário e provisório de um movimento permanente de transformações em que as tensões e conflitos sociais se refletem.
Assim, é muito comum a mistura de crianças com menor poder aquisitivo com outras com mais dinheiro, o que pode gerar conflitos, podendo deixar marcas que influenciarão na personalidade das crianças. É papel de todos nós mostrar que o dinheiro não pode ser um objeto de diferenciação entre as crianças. Qualquer forma de descriminação é prejudicial a sua formação; portanto, a humildade leva à igualdade.
Se a criança tem amigos mais ricos que ela, os pais devem tomar o cuidado de explicar o porquê isso ocorre, mostrando que ela nem sempre pode ter tudo o que o amiguinho possui, mas pode ser feliz mesmo assim, como falo em meu livro O Menino do Dinheiro. A criança não deve se sentir menor em função disso, pois os verdadeiros amigos não se importam com essa diferença.
Já os pais das crianças que possuem mais dinheiro que os amigos, devem mostrar à ela que isso não importa; o essencial mesmo é saber que o dinheiro não compra felicidade e nem, tão pouco, amizade. E a criança deve agir com naturalidade, pois o dinheiro não faz ninguém melhor do que o outro. O que realmente é decisivo para o relacionamento social é o caráter e a humildade.